Como é ser um Arauto do Evangelho? Somos livres ou coagidos?

 

Arautos do Evangelho são forçados e coagidos. Arautos são mal tratados pelos superiores. Arautos precisam de uma intervenção do Vaticano. Será que isso é verdade???

Em nossos dias os boatos e as calúnias cavalgam juntos pela mídia. Difamar e denegrir grandes empresas, entidades e grupos religiosos se tornaram rotina para ganhar visitas e pedir dinheiro nas redes sociais.

Se para conhecer bem uma entidade é necessário perguntar aos que nela viveram, como alguns afirmam, compartilho para conhecimento de todos, o testemunho, do site de um amigo, um ex-eremita, que foi formado no Êremo do Thabor e no Êremo da Ressurreição, as principais casas de formação dessa instituição, e viveu 7 (sete) anos no Êremo de São Bento, casa mãe dos Arautos do Evangelho e conheceu de perto o fundador. Me parece um testemunho válido…

DESFRUTEM DO testemunho DE UM JOVEM CASADO, QUE FOI FORMADO NOS ARAUTOS DO EVANGELHO E VIVEU 7 ANOS NA CASA MÃE dessa instituição.


Um testemunho

Aos 13 anos de idade tive a imensa fortuna de conhecer a Instituição que mudaria minha vida. Na época, eu morava numa cidadezinha do interior de São Paulo, que poucas pessoas conhecem: Bom Jesus dos Perdões.

Uma bela manhã de domingo ouvi próximo da minha casa uma música diferente, mas não se tratava de gravação, era tocada ao vivo e estava em movimento, cada vez mais perto. Fiquei intrigado e resolvi ver do que se tratava. Qual não foi minha surpresa ao ver um desfile lindíssimo com pessoas vestindo uma roupa muito diferente! Na verdade não se tratava de um desfile, mas de uma procissão – na época não sabia o que era isso – a qual se encerrava com o pároco portando o Santíssimo Sacramento e uma multidão de pessoas louvando a Hóstia Santa.

Ao fim da procissão fui conversar com um dos membros daquela Instituição, um que portava o estandarte – e hoje sacerdote! – pois sempre fui muito tagarela. Ele me explicou que se tratava dos Arautos do Evangelho, e convidou-me para conhecer uma das casas, a que tinha programação adequada para jovens da minha idade. E eu fui! Provavelmente uma das melhores decisões que tomei na vida, da qual não me arrependo nem por um só segundo.

Depois de ter ido a primeira vez, não deixei de comparecer nunca mais. Aquilo era tão atraente, tão empolgante, tão contagiante. A alegria que experimentávamos ali – éramos muitos – não tinha comparação com nada. Sentíamos uma forma especial de felicidade própria dos filhos de Deus.

Arquivo Saúde

Aos 15 anos fui morar na Sede dos Arautos, no Thabor como se chama internamente. Foi como se tivesse nascido outra vez! Como se estivesse já vivendo um céu na terra. A felicidade era tanta que mal podia contê-la dentro do peito. E dessa felicidade participava também a minha família. Minha mãe costumava dizer que era como se eu estivesse em casa com ela, pois apesar da minha ausência sabia seu filho que estava num lugar maravilhoso.

Depois de um período de formação no Thabor e no Êremo da Ressurreição, fui morar na Casa Mãe dos Arautos, conhecida como Êremo do São Bento, e lá vivi durante 7 anos. A vida regrada, disciplinada, cheia de respeito entre as pessoas, permeada de cerimonial, oração, estudo – fiz Filosofia e Teologia nesse período – e muita atividade apostólica (apresentações musicais nas paróquias, procissões, visitas com a imagem de Nossa Senhora às casas, aos hospitais, aos colégios e quantas outras!), aos poucos fizeram de mim uma pessoa melhor, que eu nunca teria sido se não fosse essa experiência.

Foi nessa ocasião que tive a imensa honra – internamente se diria a imensa Graça – de conhecer mais de perto a pessoa do Fundador. Homem de uma virtude, de uma humildade, de uma bondade, para resumir, de uma santidade fora do comum. Foi para mim um verdadeiro pai, um mestre, um modelo de vida que pretendo ter diante dos olhos até o fim da minha vida! E não preciso nem dizer que devoto a ele uma gratidão eterna por todo bem que me fez, e ainda faz pelo seu exemplo de incansável zelo com as almas.

Isso tudo de tal maneira me modificou como pessoa e formou em mim um caráter especial que em vários ambientes que eu frequento atualmente, por exemplo na faculdade, todos comentam que eu tenho algo de diferente, uma luz e uma alegria incomuns. Dizem essas pessoas que isso se nota inclusive no meu semblante. Uma professora disse que quando me viu a primeira vez sabia que eu tinha estudado para padre.

Quando conto para elas a minha experiência religiosa nos Arautos do Evangelho tudo se esclarece e a exclamação é sempre a mesma “ah bom, agora entendo”, e ficam encantados, literalmente encantados! Muitos colegas da faculdade inclusive foram conhecer a Basílica dos Arautos pela admiração que lhes causou a minha história. E isso acabou sendo um forte motivo para colocar por escrito algumas coisas.

Mas se a vida lá era tão boa quanto eu digo, porque decidi sair? É uma pergunta óbvia, e a resposta é simples: eu não saí… simplesmente mudei de estado civil, mas continuo fazendo parte da família dos Arautos.

E graças a Deus, nos Arautos a confiança que se pode depositar nos superiores é total. Basta a pessoa ter a humildade de – com honestidade – procurá-los e expor seus problemas ou mesmo suas dúvidas, e a ajuda que vem é caudalosa! Não foi diferente comigo… E quando tomei a decisão de me casar procurei meu superior, o Revmo. Pe. Pedro Morazzani Arraiz, pessoa muito próxima ao Fundador e a quem também tenho um grande apreço e gratidão.

Conversamos muito sobre o assunto, e suas palavras ecoarão para sempre em meu coração: “independente de ficar aqui como religioso ou casar-se, você é parte de nossa família e assim o será para sempre”. Por isso digo que não saí dos Arautos, pois de fato faço parte dessa grande família de almas.

Contudo, uma vez tomada essa decisão, muitos foram os desafios, e até mesmo obstáculos, para a efetivar. Pensem que eu ingressei na vida comunitária aos 15 anos e estava na ocasião com 27 anos… Onde morar, no que trabalhar, que carreira profissional seguir? O medo de ser uma pessoa completamente sozinha me assustava. Tudo isso expus com toda franqueza ao Pe. Pedro, ao passo que manifestei meu desejo de continuar trabalhando em prol do Reino de Cristo. Pedi, então, para trabalhar para os Arautos, o que por um lado me daria sustento e por outro não me deixaria isolado. A resposta foi imediata: sim! Não foi “talvez”, não foi “deixe-me pensar uma pouco”, nada disso, foi um simples e categórico “sim”. E até hoje trabalho nos Arautos.
Enfim, tudo que eu possa dizer seria pouco para agradecer ao Fundador, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, aos outro membros da Instituição, alguns dos quais ingressaram na mesma época que eu e que hoje são sacerdotes, e com os quais mantenho contato frequente (um deles, Pe. Ignácio Montojo, celebrou meu casamento numa das igrejas dos Arautos).

Hoje, minha esposa e eu frequentamos assiduamente as Missas – dentro do possível diariamente – nos Arautos, e muitas vezes temos inclusive a oportunidade de ajudar em atividades da Instituição, de modo particular numa comunidade bastante carente que a Instituição cuida.

Nunca depois de ter saído meus irmãos na vocação mudaram o trato comigo pelo fato de eu ter me casado. Era apenas como se eu tivesse mudado de Sede ou de função na Instituição. Sei que essa experiência foi diferente com muitos ex-membros, os quais alegam que foram postos de lado ou mal tratados, mas me pergunto se o motivo está nas ações destes ou no critério arbitrário que a Instituição tem para tratar de modo diferente aqueles que saem da comunidade. A vida e as ações de cada um pode responder sem deixar margem a dúvidas, bem como o testemunho de tantos outros que tiveram total apoio como é o meu caso.

Por isso, creio que esse testemunho pode ser útil para dar a conhecer, a quem tenham boa fé, como é realmente a vida nos Arautos.

Testemunho recolhido no dia 23/09/2017, no site vidanosarautos: http://vidanosarautos.com.br/um-testemunho.html

6 comentários sobre “Como é ser um Arauto do Evangelho? Somos livres ou coagidos?

  1. Conheço os arautos a pouco tempo eu amei eu participei bastante sobre que o irmão que me levava não me levou mais me sinto chamado para o sacerdócio deis de criança queria muito ser um arauto só que onde eu moro nao tem o mais perto e o de cótia e é muito longe e não tenho condições de ir e meus pais não aceitam que eu seja padre eu queria um auxilio de alguem um número de telefone ou alguém que eu possa conversar peço do fundo do meu coração me ajudem por favor

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